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Com São Vicente, abraçar os desafios e a fidelidade a Cristo, evangelizador dos pobres 22 de Outubro de 2021 Pe. Eli Chaves, CM
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Essa pandemia, que se arrasta junto com tantos outros problemas, com muitas consequências, sofrimentos, medos e incertezas?!... Nesta situação, com tantas crises entrelaçadas, bate o desânimo, o cansaço físico e mental. Tem-se a impressão de que tudo se tornou rotineiro, complicado e difícil. Precisamos redescobrir a presença de Cristo que está em nossa barca de serviço aos pobres, para nele iluminar nossos medos, sofrimentos e encontrar a força que revigora e faz acender forte em nós a chama da mística da caridade e da missão.

Precisamos manter a “chama que não se apaga”. É preciso avivar a chama do entusiasmo, da mística e do ardor pelo trabalho vicentino. Esta é sempre a primeira e fundamental experiência mística de quem quer se doar no serviço com os pobres: ser capaz de contemplar e ser capaz de extasiar-se diante de Deus que está conosco em Jesus e que nos chama constantemente. Precisamos fazer a experiência de São Vicente: “os pobres são meu peso e minha dor”. O peso e a dor dos pobres que alimentaram a vida de São Vicente são uma porta privilegiada para vislumbrar a dor do povo, para perceber a exploração dos irmãos e para sermos chamados por nosso próprio nome para cumprir a missão de servir a Cristo no pobre.  

Precisamos alimentar “a mecha que ainda fumega”. Neste momento de crise, contra a tentação de se fechar na busca de tranquilidade e prosperidade, de se ocupar com os interesses pessoais e de ficar passivo à espera de novidades e soluções milagrosas, a mecha da caridade necessita da resistência evangélica. Mesmo que se faça escuro, cantamos e louvamos o amor fiel de Deus pelos pequenos. Resistência é pensar a pastoral e o trabalho com o povo pobre com mais fé, perseverança e criatividade. É celebrar as pequenas vitórias. É abrir espaço para que o povo se expresse e alimente suas lutas. encontrar novos aliados para as causas difíceis. É somar forças com grupos e pessoas para uma colaboração que rejuvenesça o carisma e nos fortaleça no serviço. É treinar gente para a resistência ativa e para as horas difíceis. É rezar e alimentar-se com a palavra da Escritura para descobrir novas luzes para o amanhã.

Precisamos “ir ao encontro dos pobres e abrasá-los com o fogo da caridade”. Diante de tantos e tão grandes desafios, com humildade e confiança, precisamos retomar o entusiasmo e a audácia de nossos fundadores e dos grandes evangelizadores e servidores dos pobres. Nossa ação junto aos empobrecidos será aos olhos do mundo uma grande loucura, alguns até nos chamarão de oportunistas ou esquerdistas. Os passos de São Vicente nos estimulam e apontam o testemunho e a palavra de nosso Mestre na escola dos pobres, que é Jesus de Nazaré: “Eu vim trazer fogo à terra, e como desejaria que já estivesse aceso” (Lc 12,49-50). Precisamos cultivar o fogo da presença solidária junto aos pobres. Presença solidária é ser parceiro com o povo sem carregá-lo nas costas, ouvir suas dores, seus clamores e buscar, juntos, o remédio para curá-los.

Somos chamados a estar com Jesus na barca agitada pelas crises atuais, agir sempre contra toda falta de esperança, e confiar. Assim nos ensina São Vicente: “Há que confiar em Deus, dedicar-nos a nossas tarefas e encom e n d a r tudo o mais à Providência” (IV, 344). “O grande segredo da vida espiritual é pôr nas mãos de Deus tudo o que amamos, abandonando-nos a nós mesmos para fazer tudo o que Ele quiser, com uma perfeita confiança em que tudo irá melhor” (VIII, 243). Deus nos quer seguindo Jesus, com entusiasmo e esperança, e que não deixemos os pobres sozinhos.

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