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Ajuda aos refugiados no Rio de Janeiro 23 de Fevereiro de 2021 PBCM Vicentinos se unem para apoiar estrangeiros em vulnerabilidade social
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Muitos perderam a vida por conta da pandemia do novo Coronavírus. Nesse contexto, os estrangeiros que viajaram para buscar bem-estar e novas oportunidades no Brasil, encontraram piores condições em obter condições razoáveis de sobrevivência, em comparação com momentos anteriores. Com a intenção de amenizar esta situação, a Província Brasileira da Congregação da Missão, por meio do Colégio São Vicente de Paulo, em ação conjunta à Companhia Filhas da Caridade, lançaram uma campanha virtual de financiamento coletivo, que presenteou mais de 200 famílias refugiadas, no Rio de Janeiro. A iniciativa procurou mobilizar amigos e voluntários do Colégio São Vicente de Paulo e Família Vicentina para beneficiar as famílias atendidas pelo Centro de Atendimento aos Refugiados, dirigido pelas Filhas da Caridade, que funciona no bairro de Botafogo, no Rio de Janeiro.

Com o objetivo de compreender melhor a situação dos refugiados no Brasil, enviamos algumas questões por e-mail à Irmã Rizomar B. Figueiredo, Filha da Caridade, quem nos respondeu prontamente, esclarecendo às dúvidas, em parceria com a Comissão de Refugiados. As irmãs falaram sobre a missão diplomática preconizada por São Vicente de Paulo, em que é preciso considerar as necessidades dos estrangeiros e acolhê-los. Conhecendo as características predominantes destes grupos, é possível aprofundar a visão em relação àqueles que, muitas vezes, vivem na mais extrema pobreza e abandono.

ISV - Qual é a realidade dos Refugiados no Brasil hoje?

Irmã Rizomar: No Brasil, atualmente vivem mais de 80 mil solicitantes de refúgio e pouco mais de 43 mil refugiados reconhecidos no país. A maioria está concentrada nas regiões norte, sul e sudeste, com destaque, nesta última, para os estados de São Paulo e Rio de Janeiro. Com a realidade do país vizinho, Venezuela, o Brasil vem despontando no acolhimento e reconhecimento de refugiados venezuelanos. Os refugiados, ao chegarem, sem referência, amigos ou parentes, encontram apoio em instituições e redes de solidariedade que acolhem, em abrigos públicos e privados, ou nas próprias comunidades das nacionalidades que ajudam os recém-chegados.

A faixa etária da maioria dos migrantes é de indivíduos entre 18 e 59 anos, e na maioria dos casos homens, chefes de família, realizam primeiramente este trânsito. A partir daí, se estabelecem, e planejam a vinda da família, como esposa e filhos. Além da dor da saudade, vivenciam diferentes necessidades, desde a obtenção da documentação até a inserção no mercado de trabalho, pois enfrentam o desafio de transpor a barreira do preconceito.

Muitos possuem boa formação acadêmica e profissional, porém precisam revalidar seus diplomas para atuar em suas áreas específicas, o que é um processo demorado e custoso. Diante desta situação, se veem obrigados a ocupar cargos que não valorizam sua for- mação profissional. As oportunidades mais comuns no mercado de trabalho, consideram funções como auxiliar de serviços gerais, camareira, arrumadeira, porteiro e vendedor. São atividades como estas que propiciam o recomeço de suas histórias em um novo país.

ISV - O Brasil é um país com grande quantidades de pessoas em situação de pobreza extrema. Por que então optar por ajudar pessoas estrangeiras?

Irmã Rizomar: Estender as mãos para os mais necessitados é uma missão diplomática. Estar de braços abertos para acolher os estrangeiros demonstra nosso compromisso com os Direitos Humanos, fazendo jus aos documentos de que somos signatários. Esta é, acima de tudo, uma prática de valorização da pessoa humana, retratada tanto na figura dos mais pobres, quanto na população refugiada.

ISV - Como tem sido o trabalho das FC e da CM junto aos Refugiados, ao longo da história?

Irmã Rizomar: O trabalho das Filhas da Caridade junto aos Refugiados vem desde a fundação da Companhia e da Congregação da Missão. Nossos Fundadores já tinham um grande amor e paixão por este trabalho. Hoje, podemos dizer que a Família Vicentina desenvolve um serviço muito enriquecedor aos Refugia- dos. Desenvolvemos um serviço aos pobres imigrantes com muito ardor e amor, em vários países da América Latina, porque ousamos buscar novas maneiras de ser- vir com criatividade, resistindo aos obstáculos que nos impedem de realizar um trabalho mais eficaz e digno para os nossos irmãos estrangeiros.

O Centro de Atendimento aos Refugiados conta com três frentes de atuação: social, jurídica e psicológica. Desenvolvemos diversas atividades que visam a promoção e a integração local das famílias atendidas pela instituição, através de aulas de português, capacitação profissional, recreação infantil, festividades, yoga, arte-terapia, entre outras. O trabalho é desafiador e cheio de possibilidades. Contamos com uma rede de voluntários e benfeitores muito grande, por isso conseguimos realizar um trabalho que fortalece o espírito de comunhão e partilha.

ISV - O que simbolizou a entrega de cestas para as famílias assistidas?

Irmã Rizomar: Durante um ano e meio de história no Rio de Janeiro, foram desenvolvidas diversas ações que visam amenizar as necessidades desta população com tantas carências enfrentadas em nossa cidade. O apoio nesta época de Natal em meio a uma pandemia, onde muitos perderam seus empregos e estão necessitando de apoio às inúmeras carências enfrentadas, é uma oportunidade de amenizar tais dificuldades através da doação de alimentos e brinquedos, que com certeza irão proporcionar felicidade para estas famílias.

Notícia originalmente publicada no Informativo São Vicente Ed. 313 
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