O jornalista José Maria Mayrink, de 82 anos, morreu na madrugada de hoje, em São Paulo, em decorrência de complicações de uma leucemia. O velório, reservado a poucas pessoas em função da pandemia de covid-19, está previsto para começar às 15h, no Cerimonial Pacaembu, na zona oeste da cidade. Conforme informação do portal Uol.
Mayrink foi seminarista da Congregação da Missão no Santuário do Caraça e em Petrópolis, permaneceu amigo dos Lazaristas até o fim da vida. Após deixar o seminário, tornou-se proeminente jornalista colaborando em diversos veículos e ganhando o prêmio Esso de 1981. Era especialista em assuntos da Igreja Católica e em 1980 chegou a entrevistar Dom Óscar Romero, pouco tempo depois martirizado e feito santo em 2018.
Segue a nota da CNBB sobre o falecimento de José Maria Mayrink.
Faleceu na madrugada desta quarta-feira, 23, em decorrência de complicações de uma leucemia, o jornalista José Maria Mayrink, profissional que tem em sua história o maior número de coberturas de Assembleias Gerais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). De acordo com o Estadão, veículo de imprensa no qual Mayrink trabalhou nas últimas décadas, o velório será reservado a poucas pessoas em função da pandemia de covid-19. Ao jornal paulista, o arcebispo de Belo Horizonte (MG) e presidente da CNBB, dom Walmor de Oliveira Azevedo, classificou Mayrink como “um homem de virtudes” e uma “referência para muitas gerações de jornalistas, por seus textos sempre brilhantes, precisos, capazes de emocionar, sem recorrer a sensacionalismos”.
“De modo especial, Mayrink cobriu com brilhantismo os principais acontecimentos da Igreja Católica, sempre com independência, conquistando a admiração e o respeito do clero, de religiosos, de teólogos e de muitos evangelizadores leigos”, afirmou dom Walmor.
E continuou: “Mineiro, foi seminarista, mas a sua vocação verdadeira era o jornalismo, que abraçou com amor e com irrenunciável fidelidade a princípios éticos. Guardo na memória o seu modo respeitoso e objetivo de entrevistar, sua sinceridade e clareza, capazes de conquistar a confiança de seus entrevistados. A sua trajetória profissional, sustentada por um humanismo singular, é selo de qualidade do jornalismo brasileiro. Sentiremos muito a sua ausência, a sociedade perde o olhar sensível de nosso já saudoso José Maria Mayrink, sempre traduzido em precisas e belas palavras. Rezo para que o bom Deus o acolha, dando-lhe o merecido descanso.”
Durante a 57ª Assembleia Gera da CNBB, em 2019, Mayrink concedeu entrevista recordando sua cobertura das assembleias do episcopado brasileiro. “Pelo jornal, eu poderia cobrir de lá da redação, mas eu acho importante estar aqui”, afirmou, destacando a preferência de cobrir de perto o encontro dos bispos.
