Padre Emanoel Bedê Bertunes, CM, Conselheiro e Ecônomo da PBCM, assumiu nesta semana a Assessoria Espiritual do Conselho Nacional da Sociedade São Vicente de Paulo. A importante colocação foi oficializada no dia 22 de agosto, dia da beatificação de Frederico Ozanam, fundador da SSVP. “Podem esperar de mim muito entusiasmo e muita alegria, dedicação, testemunho, enfim, aquilo que se espera de um padre vicentino” – afirma o novo Assessor Espiritual. Exatos 23 anos antes, Ozanam ganhava o título de Bem-Aventurado, e, sincronicamente, Pe. Emanoel ingressava no Seminário da Congregação da Missão, em Campina Verde, iniciando os estudos para o sacerdócio. À frente da Assessoria Espiritual do CNB, ele espera continuar a seguir os ensinamentos de São Vicente de Paulo deixados à Família Vicentina. “O Senhor nos enviou para evangelizar os Pobres. Os vicentinos fazem atividades de suma importância, porque são leigos se consagrando a um trabalho que o próprio Filho de Deus fez um dia”.
O convite foi recebido com animação: “Em nossa reunião, quando Pe. Eli e o Conselho indicaram meu nome, fiquei surpreso. Não porque eu não tivesse capacidade, mas eu não sei se eu seria a pessoa mais indicada, enquanto perfil. Mas eu me senti desafiado e por isso que eu aceitei, porque isso nos faz crescer. O papel a ser desenvolvido é o de dar continuidade naquilo que, ao longo dos anos, o próprio Pe. Eli Chaves dos Santos já iniciou ao ocupar esse cargo, esse serviço, bem como o Pe. Agnaldo de Paula e o Pe. Alexandre Nahass Franco. Então, é preciso continuar a desenvolver, no sentido de ajudar a Sociedade São Vicente de Paulo, uns com os outros, em uma via de mão dupla, ajudando e nos apropriando daquilo que é nosso, da nossa própria espiritualidade, de Frederico Ozanam e de São Vicente de Paulo, para que assim o nosso serviço aos pobres possa ser melhor qualificado, entendido, vivido e testemunhado.
A relação com a SSVP é vivenciada e cultivada por Pe. Emanoel Bedê há mais de duas décadas: “Comecei a ter contato com a Sociedade quando fui seminarista, em Belo Horizonte. E aos poucos nós fomos nos aprofundando naquilo que é próprio da Sociedade, que é a maior associação de leigos que a Igreja tem, e, pelo serviço tão particular que eles prestam, eles chegam em lugares que a própria Igreja não chega. Aliás, a Igreja chega através dela. Eles fazem um trabalho de sindicância direto naquele ponto onde encontra-se o pobre, o vulnerável, aquele que precisa da nossa ajuda. E esse tipo de serviço é muito concreto, ele não é teórico. Porque não adianta você ter uma boa espiritualidade, mas se aquilo não te conduzir para uma prática, e uma prática libertadora no sentido de entender o encontro com o pobre, não é algo só que me santifica, mas é algo para viver a minha espiritualidade naquilo que nos pede o próprio Senhor Jesus Cristo, que nos garante que o serviço feito ao menor dos irmãos seja feito diretamente a Ele. Então, a Sociedade São Vicente de Paulo, herdando a espiritualidade vicentina ela continua a fazer aquilo mesmo que Jesus Cristo veio fazer aqui na Terra, que é evangelizar os pobres. E entre eles, os mais pobres".
O Padre rememora a trajetória de seu trabalho junto à SSVP: "Sobretudo no Rio de Janeiro, já prestei serviço no Conselho Metropolitano da SSVP, a diversos Conselhos Centrais, como os de Niterói, da Glória e de Duque de Caxias. Então, vez por outra, sempre nos seus movimentos, festas regulamentares, Ecafos e formação, sempre tivemos uma boa relação, um bom contato. E agora vai ser de maneira mais intensa. Que isso possa nos ajudar a crescer e a avançar no conhecimento, na revisão de nossas práticas e projetos. É ser um pouco mais ousado naquilo que São Vicente sempre nos desafiou: inventivos até o infinito, empreendedores, que a própria Sociedade vai se renovando. Não dá para repetir aquilo que fez Frederico Ozanam, mas nós vamos atualizando sempre essas práticas para manter o espírito da associação, o espírito de Ozanam e o espírito de São Vicente, sempre vivos e atuais, aliás, atualizados.”