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Missão do Japão 20 de Fevereiro de 2024 Visita à comunidade nipo-brasileira de Shizuoka Pe. Cléber Fábio Teodósio
A a     

Ide por todo o mundo, proclamai o Evangelho a toda criatura” (Mc 16,15).

Além desse mandado de Jesus, também São Vicente nos orienta: "Não sou daqui, nem dali, mas de qualquer lugar onde Deus aprouver que eu esteja" (SVP, Es, IX, 30). No decorrer de toda minha história vocacional, passagens como essas têm me motivado a testemunhar o Evangelho de Jesus onde Deus me envia.

Na segunda metade de janeiro de 2024, tive a alegria de visitar a Missão do Japão, onde junto ao coirmão filipino Pe. Rogélio Cardenas II, CM, pude servir nas paróquias Santa Terezinha, em Iwata, e Nossa Senhora da Imaculada Conceição, em Kakegawa. Encontrar os irmãos brasileiros e de outras nações que fazem parte da Igreja de Cristo em terras nipônicas foi gratificante. A fé do povo, sua entrega e serviço confirmaram minha vocação missionária.   

O Japão é o quinto país do mundo com maior presença de imigrantes brasileiros. Conforme dados do Itamaraty, de 2022, a comunidade brasileira ali presente chegava a 207 mil habitantes. As razões para imigrar são diversas: família, trabalho, estudo... E nada melhor que, mesmo em outro país, possa-se celebrar sua fé em vernáculo (Sacrosanctum Concilium 36 § 2).

Pe. Rogélio trabalha na Diocese de Yokohama, no Japão, há 15 anos. Atualmente, serve na Província de Shizuoka, onde é responsável pelas duas paróquias. Hamamatsu, pertencente a Shizuoka, é a cidade com maior presença de nipo-brasileiros no país. Ali atuam os Salesianos, de onde provém o único padre que fala português na região, Pe. Ambrósio da Silva, natural de Timor Leste. A missão vicentina fica nas cidades supramencionadas, que são vizinhas de Hamamatsu.

“O amor é inventivo até o infinito” (SVP, br, XI, 102).

Pe. Rogélio, descobrindo o grande número de brasileiros em sua área paroquial, e percebendo que alguns tinham dificuldade em compreender na íntegra o japonês, resolveu fazer algo para atender-lhes com mais zelo. Por meio do Facebook, entrou em contato comigo e pediu que traduzisse sua homilia, do inglês ao português, e de posse do texto traduzido acompanhado de áudio, na quarta ou quinta-feira, Pe. Rogélio poderia escutar e treinar a pronúncia, para no fim de semana pregar em japonês, inglês e português. O que agradou aos ouvidos dos brasileiros que passaram a frequentar mais as missas do Padre.   

Em janeiro de 2024, convidado para participar da Conferência Internacional da FHA, em Manila, Filipinas, vi como oportunidade singular esticar o passo até o Japão, e uma vez autorizado pelo Visitador Provincial, Pe. Vandeir Barbosa, CM, estive na Missão do Japão, onde pude celebrar o Santo Sacrifício com o Povo, reunir-me com o grupo de jovens “Rosas de Tereza”, fazer bênçãos de casas, visitar famílias, atender confissões, confraternizar e encontrar o jovem mariano vicentino Jhonatan Muryllo, de Curitiba, que estava passando uns dias com a sua mãe no país, e foi celebrar seu aniversário na missa especial rezada para os brasileiros da Comunidade de Iwata. Foi uma experiência de Deus, algo que ficará marcado em minha vida e missão. Japão é outro mundo, as diferenças culturais são realmente marcantes, a distância do Brasil é enorme, estava longe, mas pelo carinho, cuidado e alegria do povo me senti acolhido, próximo, em casa. Muito obrigado é pouco, Deus os pague por tamanha generosidade. A vocês minha gratidão e orações.       

“A messe é grande, mas os operários são poucos” (Lc 10,2).

O tempo passou rápido e já estou de volta, para continuar minha missão na Paróquia Pai Misericordioso, em Belo Horizonte , Minas Gerais, Brasil. Desde aqui, seguirei colaborando, como tenho feito há mais de três anos, com os nossos irmãos do Japão, a partir de agora, com mais propriedade. Pe. Rogélio já contava: “Embora o pequeno esforço que faço pelas comunidades brasileiras seja muito apreciado por elas, ainda acredito que muito mais precisa ser feito. O que faço na minha homilia é nada diante de tudo que as comunidades precisam: missas em português, confissões em sua própria língua e outros sacramentos, sessões de formação, aconselhamento etc. Eu realmente espero que este esforço do Pe. Cleber e meu evolua a uma oportunidade maior de ajudar e fazer missões reais aqui no Japão, especificamente na Diocese de Yokohama. Há anos venho solicitando e buscando maneiras de encorajar um coirmão do Brasil para vir e se juntar a nós na missão do Japão, mas obviamente ainda não aconteceu. Todavia, não perdi as esperanças. Acredito que chegará o dia em que um coirmão de língua portuguesa e espanhola fará parte de nossa missão aqui no Japão”.

Oxalá mais jovens se deixem encantar pela missão e possamos fazer crescer a parceria missionária entre a PBCM e as demais províncias no Brasil e no mundo, de modo que, especialmente os pobres, nossos mestres e senhores, recebam a mensagem de salvação de nosso Deus, seja-lhes anunciado que o Reinado de Deus já chegou e que esse Reino é para eles (SVP, br, XII, 82).

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