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Respirar com os dois pulmões 30 de Agosto de 2023 Pe. Tomaz Mavric, CM
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Roma, 25 de agosto de 2023

Que a graça e a paz de Jesus estejam sempre conosco.

“Chamados a revitalizar a identidade da Congregação da Missão de São Vicente de Paulo”: este título do documento conclusivo da 43ª Assembleia Geral estende um convite a todos nós, membros da referida Congregação. Encontramo-nos num momento crucial na história da Congregação. Com efeito, durante os próximos cinco a dez anos, é muito importante que fortaleçamos os pulmões da “Pequena Companhia”, ou seja, que façamos tudo o que for possível para atrair mais jovens dispostos a optar pela Vocação de Irmão. Ano após ano, o número de Irmãos continua a diminuir e atingiu um nível alarmantemente baixo. Se continuarmos assim, muito em breve perderemos um dos nossos "pulmões”. E isso nos trará consequências quase inimagináveis.

Atualmente existem 100 Irmãos em toda a Congregação, mas muitos deles são idosos.

Desde o início, São Vicente de Paulo foi muito claro quanto ao seu plano de composição da Sociedade. Na verdade, durante a maior parte de sua história, a Pequena Companhia respirou lindamente, "usando ao máximo todas as dimensões dos pulmões". Todos os Missionários, sacerdotes e irmãos, partilhavam o mesmo carisma e espiritualidade e exerciam o seu ministério segundo o chamado do Espírito.

Na situação aqui e agora, nós, como membros da Congregação da Missão, temos que fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para continuar respirando com “ambas as partes dos pulmões” ou, como mencionei antes, sofreremos algumas consequências terríveis. “Nossos pulmões”, nossa Congregação, certamente enfraquecerão. Todo o nosso corpo enfraquecerá. Nosso serviço e nossa missão serão mais fracos e menos eficazes. Nossa identidade mudará, mas não da maneira que gostaríamos que mudasse.

Por isso, gostaria de propor alguns passos concretos, alguns dos quais já compartilhei no passado, outros são propostos pela primeira vez:

1 - Pastoral da Promoção Vocacional: Este ponto foi mencionado durante a última Assembleia Geral como um dos onze pontos que então salientei e dos quais falei noutras ocasiões.

Em primeiro lugar, o nosso programa vocacional deve apresentar o chamado geral como tal, ou seja, o chamado a ser missionário segundo a espiritualidade e o carisma de São Vicente de Paulo.

Dito isto, no início devemos também apresentar aos jovens as duas formas de se tornarem Missionários na Congregação da Missão: irmãos missionários ou padres missionários.

Em todos os níveis da Congregação, em cada Província, Vice-Província, Região e Missão Internacional, temos Comissões de Pastoral Vocacional. Os coirmãos estão trabalhando arduamente e são muito dedicados nos seus esforços para acompanhar os jovens em seus caminhos de discernimento.

Há um grande desafio naquelas Províncias, Vice-Províncias ou Regiões onde, atualmente, não há Irmãos disponíveis que possam participar neste ministério de animação vocacional: encontrar os jovens, falar com eles e apresentar-lhes pessoalmente o papel e oportunidades de serviço para um Irmão.

Uma opção está em convidar um Irmão mais novo ou qualquer Irmão de outra província para participar de um retiro de discernimento com jovens ou de algum outro programa vocacional. Isto ofereceria aos jovens a oportunidade de interagir com um dos nossos Irmãos, ser elevados e encorajados por um Irmão, e compreender que na nossa Congregação existem várias opções em relação ao serviço missionário.

2 - Dentro da Congregação, continuamos a usar frases como: “Padres Vicentinos”, “Padres Paúles”, “Padres Lazaristas” etc. Frases que fazem parte do nosso vocabulário. Gostaria de sugerir que nos ajudemos e, portanto, quando ouvirmos um coirmão usar uma frase deste tipo em que os irmãos são excluídos, façamos uma correção fraterna. Por outras palavras, salientamos que, como membros da Congregação da Missão, devemos sempre falar dos irmãos e dos padres como contribuintes iguais para a nossa missão entre os pobres e os marginalizados.

3 - As pessoas a quem servimos ou com quem mantemos contato usarão frequentemente frases semelhantes quando falarem da Congregação ou dos coirmãos. À medida que nos tornamos mais conscientes das palavras, irmãos, também nos encontraremos encorajando outros a serem mais inclusivos ao discutir a composição da Congregação. Podemos sugerir outras alternativas, como por exemplo “Missionários Vicentinos”, “Missionários Lazaristas”, “Missionários Paúles”, “Padres e Irmãos da Congregação da Missão” etc.

4 - Também devemos examinar a forma como descrevemos as nossas casas, a sinalização que aparece nas entradas das nossas comunidades, o papel timbrado oficial das Províncias, Vice-Províncias, Regiões, o papel timbrado que usamos nas nossas casas: se eles não incluem padres e irmãos, então temos que mudá-los.

Todos estes vários aspectos, embora muitos deles sejam externos, ajudarão a comunicar uma mensagem clara sobre os membros da Pequena Companhia. Estas mudanças são para o bem comum e pretendem expressar a nossa consciência da urgência de fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para apresentar a beleza e o significado profundo do apelo à “Fraternidade” dentro da nossa Congregação. De fato, confiando na Divina Providência, esperamos que o número de Irmãos comece a aumentar e que, quando os jovens iniciarem um processo de discernimento, compreendam que têm duas opções.

Que Nossa Senhora da Medalha Milagrosa, São Vicente de Paulo e todos os Santos, Beatos e Servos de Deus da Família Vicentina intercedam por nós.

Seu irmão em São Vicente,

Tomaž Mavric, CM, Superior Geral

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