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Ano Vocacional 2023 12 de Janeiro de 2023 “Corações Ardentes, pés a caminho”: 3º Ano Vocacional do Brasil Pe. Allan Júnio Ferreira, CM
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A Igreja no Brasil iniciou, dia 20 de novembro de 2022, na solenidade de Cristo Rei do Universo, seu terceiro Ano Vocacional, de acordo com proposta da Conferência dos Bispos do Brasil (CNBB). O objetivo da iniciativa está em despertar a corresponsabilidade entre os fiéis, não somente quanto às vocações ministeriais, mas também com relação às vocações cristãs.

O primeiro ano vocacional aconteceu em 1983, quase 40 anos atrás, e teve como tema e lema “Vem e segue-me” (Mt 19,21; Mc 10,21; Lc 18,22). De lá para cá, aconteceram muitas iniciativas, tais como: congressos e meses vocacionais, que trabalharam a temática vocacional nas paróquias e comunidades e ainda produziram os primeiros subsídios vocacionais.

Em 2003, aconteceu o segundo ano vocacional, com o tema “Batismo, fonte de todas as vocações” e o lema “Avancem para águas mais profundas” (Lc 5,4). Agora nos preparamos para a vivência do terceiro Ano Vocacional, que se iniciou no dia 20/11/22 e vai até o dia 26/11/2023. Todas as comunidades são chamadas a colocar os pés a caminho, numa atitude de missão e comunhão com o Mestre que chama.

O tema escolhido para este Ano Vocacional é: “Vocação: Graça e Missão” e lema: “Corações ardentes, pés a caminho” (Lc 24, 32-33). Refletir sobre vocação, que significa chamamento, é trazer à luz a nossa própria experiência enquanto pessoas e como batizados. O nosso primeiro chamado é a vida, no sentido mais profundo. Aquela vida que Jesus promete a cada um de nós. “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida” ( Jo 14, 6) e ainda: “Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância” (Jo 10, 10). Não é qualquer vida, mas a vida toda do ser humano, em sua integralidade.

Enquanto batizados, somos chamados à Missão, a assumirmos a vida do Mestre Jesus, que não fez outra coisa senão “evangelizar os pobres” (Lc 4, 18). Em sua vida, doada ao Reino de Deus, Jesus se colocava em estado permanente de missão, anunciando a Boa Nova a todos os cantos, sobretudo aos mais pobres (Mc 1, 14-15).

O lema do Ano Vocacional faz referência ao episódio dos discípulos de Emaús (Lc 24, 13-33), que de uma experiência traumática e dolorosa, com a morte do Mestre, passam para a alegria e o anúncio do Ressuscitado. Se outrora o olhar dos discípulos que caminhavam de volta para suas casas, provavelmente com o intuito de retomarem as suas vidas antes do seguimento a Jesus, se esse olhar estava desesperançoso, com a presença do caminhante e as palavras que saíam da sua boca, fizeram com que o ânimo retornasse e o coração ardesse e pulsasse novamente no compasso do coração do Mestre.

Vivenciando o terceiro Ano Vocacional voltamos o nosso olhar para a nossa vocação vicentina. São Vicente de Paulo foi chamado por Deus para assumir uma missão. O santo da caridade não fechou os ouvidos à voz que o chamava e foi capaz de transformar a realidade sofrida do seu tempo, sempre em espírito de colaboração e escuta dos sinais dos tempos. Ele, que iniciou a sua trajetória vocacional com motivações que podemos julgar inconsistentes, queria ajudar a família, mas se abriu à graça de Deus e deixou-se tocar pela realidade dos mais pobres e sofredores. O seu caminho vocacional também conheceu crises. Certa vez, sentiu-se tentado contra a sua fé e tantas outras situações de dificuldades em sua missão, mas ressignificou as crises e tornou-se o gigante da caridade, o pai dos pobres e pequenos.

Nós também somos convidados a reavivar o dom da nossa vocação vicentina promovendo uma verdadeira cultura vocacional e revitalizando o nosso carisma de serviço aos pobres. “Eis em que nos ocupam as regras: em ajudar os pobres, nossos mestres e senhores” SV XII, 5. Não percamos de vista o nosso chamado de sermos servidores dos pobres, pessoas vocacionadas à caridade, como São Vicente de Paulo, e desejosas de criar uma grande rede de caridade a exemplo de Frederico Ozanam. A vocação de cada um de nós faz com que o Reino de Deus aconteça no aqui e agora. E esse Reino tem lugar privilegiado aos pobres.

*Artigo originalmente publicado no Informativo São Vicente Volume LVI, Número 321, referente aos meses de outubro, novembro, dezembro de 2022
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