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Caridade e ação 06 de Setembro de 2023 Informativo 110 anos do Conselho Metropolitano da Sociedade São Vicente de Paulo do Rio de Janeiro
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No dia 23 de julho de 2023, foi realizada, na Igreja da Medalha Milagrosa, na Tijuca, a celebração pelos 110 anos do Conselho Metropolitano do Rio de Janeiro, o primeiro Conselho Metropolitano da SSVP do Brasil. Na ocasião, mais de 300 pessoas estiveram reunidas para festejar a data, dentre padres e irmãos da PBCM, Filhas da Caridade, paroquianos, leigas e leigos vicentinos, no evento que teve uma programação voltada para o tema “Caridade e Ação”. Houve café partilhado, palestras intituladas “Onde todos são irmãos não pode haver lugar para a fome” e “Enquanto não se comenta parece que a fome não existe” e a Santa Missa. A consócia Maria Margate Santos, vice-presidente da região 2 do Conselho Nacional da SSVP, vicentina desde 1997 e palestrante na festividade, concedeu uma entrevista para o Informativo São Vicente.    

Qual a sua função na SSVP? Há quanto tempo está envolvida com as atividades da instituição?

Sou vice-presidente regional do Conselho Nacional do Brasil. Coordeno as atividades da Região 2 que compreende os Conselhos Metropolitanos de Governador Valadares (Minas Gerais, Espírito Santo e Sul da Bahia), Caratinga, Ouro Preto, Juiz de Fora, Barbacena (Minas Gerais) Rio de Janeiro e Volta Redonda (Rio de Janeiro).

De que forma a caridade deve se relacionar com o combate à fome?

São Vicente de Paulo sempre se incomodou com o sofrimento do outro. São Vicente de Paulo via o sofrimento do outro, se sensibilizava e agia. Assim devemos ser, como Sociedade de São Vicente e com o nosso espírito caritativo, pois ele é a nossa inspiração. Precisamos nos iluminar pelo Evangelho e sempre lutarmos por um mundo mais justo e fraterno. A Sociedade de São de Vicente é um dos movimentos que mais colabora no combate à fome. Somos chamados sempre a ter esse olhar e trabalhar para aliviar o sofrimento da fome, que ainda hoje assola muitas pessoas.

Qual ponto destacaria a respeito da palestra“onde todos são irmãos não pode haver lugar para a fome”?

Sempre temos que acolher o desafio proposto pelo Papa Francisco de ser uma “Igreja em saída”. Somos sempre chamados a ir ao encontro daquele que sofre, daquele que tem fome. Vamos ao encontro deles sem questionamentos. E como Sociedade de São Vicente de Paulo, vamos aonde muitos não chegam. Como Sociedade de São Vicente de Paulo, formamos uma grande rede de caridade, e temos que usar essa grandeza e partilhar. Partilhar e construir juntos soluções para aliviar esse sofrimento. Partilho aqui a letra de uma música, para nossa reflexão: “Os cristãos tinham tudo em comum, dividiam seus bens com alegria. Deus espera que os dons de cada um se repartam com amor no dia a dia! Deus criou este mundo para todos, quem tem mais é chamado a repartir com os outros o pão, a instrução, e o progresso, fazer o irmão sorrir”.

E a respeito de “enquanto não se comenta parece que a fome não existe”, o que podemos ressaltar?

Como diz o ditado, “Quem não é visto, não é lembrado”. A fome é uma realidade no Brasil. Enquanto não se discute a situação, ela nos passa despercebida. Muitos não sabiam que no Brasil, segundo reflexão proposta no texto-base da Campanha da Fraternidade, 58,1% dos domicílios brasileiros convive com alguma forma de Insegurança Alimentar, dentre os quais 15,5%, isto é, mais de 33 milhões de brasileiros, está em situação de Insegurança Alimentar Grave. É preciso parar e refletir, para conhecer a realidade e partir para ação.

De que forma a sociedade como um todo pode se engajar nessa proposta?

Como Sociedade de São Vicente de Paulo, buscamos a melhoria do atendimento que já fazemos.  Como sociedade de uma forma geral precisamos trabalhar mais a solidariedade em nosso meio. Não podemos ficar somente lamentando e assustados com a realidade. É preciso que essa reflexão não fique somente em torno da Campanha da Fraternidade; tal reflexão tem que ser parte de nosso cotidiano e de nossas vidas de cristãos. 

Existe alguma frase ou pensamento que a inspire, especialmente, nesse trabalho?

“Solidariedade é precisamente partilhar o pouco que temos com quantos que nada têm, para que ninguém sofra. Quanto mais cresce o sentido de comunidade e comunhão como estilo de vida, tanto mais se desenvolve a solidariedade” (Papa Francisco - VI Dia Mundial dos Pobres).

Há algo que não perguntei, que gostaria de acrescentar?

“É preciso ir a esses bairros aonde ninguém vai, entrar naquelas casas que não conhecemos, sentir o frio que faz ali, ver as lágrimas nos olhos daquelas mães, ouvir e falar com aquelas crianças mal nutridas...” Essa frase de Antônio Frederico Ozanam, fundador da Sociedade de São Vicente de Paulo, nos ajuda a entender que devemos não só aliviar a miséria da fome, mas também identificar as estruturas injustas que são a sua causa. A identificar as causas da pobreza e contribuir para a sua eliminação. E ainda, que em todas as suas ações de caridade, devemos lutar para acabar com as diversas formas de pobreza.

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