Notícia
            Informações             Notícias      
Novos incorporados à CM 05 de Novembro de 2021 Informativo Estudantes vicentinos compartilham suas reflexões sobre a emissão dos Santos Votos
A a     

Neste sábado, dia 6 de novembro, os seminaristas Allan Júnio Ferreira, Cléber Fábio Oliveira Teodósio, Túlio Medeiros da Silva e Michel Araújo Silva emitirão os Santos Votos perpétuos, vinculando-se à Congregação da Missão. Após anos de estudos voltados à Filosofia e Teologia, e de muita dedicação à vicências comunitárias, atividades pastorais e missionárias, os jovens vicentinos proferirão o “sim” aos votos de estabilidade, pobreza, castidade e obediência, passando a ser, oficialmente incorporados à Congregação da Missão. A partir dessa cerimônia, então passarão a ser Irmãos e poderão assinar, ao final do nome, as iniciais “CM”. Com o objetivo de conhecer melhor esses novos irmãos da CM e registrar o que pensam e sentem neste momento celebrativo, lançamos cinco questões-chaves sobre a emissão dos Santos Votos:

1. Após inúmeras provações ao longo dos anos de seminário é chegada a hora de se tornar membro, oficialmente, da Congregação da Missão. Qual é a sensação predominante ao se deparar com essa realização?

Michel: Surge, neste momento, uma mescla de sensações. Os sentimentos são vários: gratidão, alegria, realização. No entanto, consciente da realidade complexa do tempo presente, emerge, evidentemente, uma série de preocupações e o desejo de buscar me preparar cada vez mais para responder, de modo eficaz, aos inúmeros desafios nos quais estamos imersos.

Cléber: A sensação é de agradecimento. Olhando no retrovisor, vejo o caminho percorrido, as pessoas que me ajudaram a chegar até aqui, e o sentimento que se destaca é a gratidão, de modo que, agradeço de coração, a todos, e a cada um, que apostaram em minha vocação e que de alguma forma, sustentam comigo esse ‘sim.’ Mas também olho o horizonte, pois estou consciente de que, com o fim desse ciclo, um novo começa. Peço a Deus força, sabedoria e a graça de seguir caminhando e realizando aquilo que Ele sonhou para mim. 

Túlio: Precisamos compreender os Votos como um dos momentos mais importante da nossa vocação. É por meio deles que nós nos incorporamos definitivamente à Congregação da Missão, para o serviço aos mais pobres. É, com certeza, um tempo de muita alegria e esperança. Um ‘sim’, que deve se repetir por toda a nossa vida, dia após dia. Essa é, portanto, a sensação que predomina nesse momento: alegria e esperança.

Allan: O processo formativo é realmente desafiador, pois a vivência das dimensões tem as suas exigências próprias. A caminhada formativa ao longo destes anos foi marcada por acontecimentos, especialmente a pandemia, que mexeram com as nossas estruturas e nos obrigaram a repensar e a avaliar o processo em curso. Mas provações sempre teremos e elas nos fazem crescer na fé e na perseverança. A crise é sempre uma oportunidade de avaliação da caminhada e constantes recomeços. Terminando o processo formativo o sentimento que tenho é de gratidão por tudo que vivi e de louvor a Deus pelas graças recebidas ao longo destes anos.

2. A origem dos conselhos evangélicos, para os consagrados, está na escolha voluntária de seguir os passos de Jesus Cristo, evangelizador dos pobres, por meio dos votos de pobreza, castidade, obediência e estabilidade. Em sua opinião o cumprimento desses votos ainda é uma necessidade em consonância com os tempos atuais? Qual é o principal desafio?

Michel: Os consagrados, em linhas gerais, professam os votos para, por assim dizer, viverem num estado de perfeição evangélica. Nós, vicentinos, emitimos os votos para estarmos num Estado de Missão e, assim, gastarmos todas as nossas energias na evangelização e no serviço aos Pobres. Mais do que uma necessidade, emitir os referidos votos, nos tempos atuais, demonstra de nossa parte o desejo de viver uma vida anacrônica, descentralizada de si, totalmente doada. Portanto, numa sociedade como a nossa, emitir e viver os votos é um sinal de profecia que requer muito compromisso, concentração, maturidade e firmeza. O principal desafio é não se dispersar e nem se diluir nas propostas antagônicas a esse grande ideal.

Cléber: Sim, além de nos conformar à pessoa de Jesus Cristo, os votos objetivam, também, deixar-nos livres para viver, de maneira mais autêntica, nossa vocação de batizado. Escutei uma vez que “a liberdade é prender-se em Deus”, assim os votos seriam o elo que nos proporciona essa ligação com o Senhor, que se deixa ver nas pessoas dos pobres. Creio que o desafio principal é saber que ao emitirmos os votos, mais do que nunca, não viveremos para nós mesmos, mas, a exemplo de Jesus Cristo e dos Santos, devemos entregar, abnegadamente, nossa vida, no serviço a todos que necessitem de nós, especialmente, os mais abandonados.  

Túlio: Sim, os votos ajudam-nos a responder com clareza o chamado que Jesus nos faz. Os mesmos não devem ser compreendidos como uma “amarra”, mas como uma bússola a nos guiar pela longa estrada da Vida Consagrada. Por isso, é muito importante compreender o sentido de cada um deles. 

Allan: Emitir os votos em uma sociedade marcadamente consumista, individualista e que valoriza as relações efêmeras, sem vínculos sinceros e por interesses, é nadar contra a corrente. Mas é justamente para isso que somos chamados quando respondemos com sinceridade ao chamado que o Senhor nos faz. Os votos são ainda mais necessários nesse contexto em que estamos vivendo. É verdade que a vivência destes se torna mais desafiante, mas com certeza é mais gratificante. O chamado do Senhor é radical. Ele nos pede para deixar tudo e segui-Lo (cf. Mc 4, 19). São Vicente enfrentou os desafios do seu tempo e deu o seu “SIM” ao Cristo evangelizador dos pobres, nós, hoje, também somos convidados a dar o nosso sim a cada dia. O principal desafio é perseverar em nossos bons propósitos e não nos deixarmos levar pelas outras vozes que insistem em nos desviar do caminho.

3. Haveria uma maneira vicentina de seguir os Conselhos Evangélicos na Vida Consagrada?

Michel: A maneira vicentina de viver os Conselhos Evangélicos na Congregação da Missão, uma vez que existem outras congregações e comunidades de inspiração vicentina, dá-se de um modo muito especial através do primeiro voto, ou seja, o voto de Estabilidade. Assim sendo, nossa maneira vicentina de viver os Votos, na Igreja, é dedicarmo-nos por toda a vida aos preferidos de Deus.

Cléber: É comum nas diferentes ordens, congregações e institutos se viver os votos comuns de pobreza, castidade e obediência acrescido de um voto específico próprio daquele grupo, que inclusive marca o seu jeito de ser na Igreja e no mundo, já que diz sobre o que é próprio de seu carisma. Os monges da Ordem dos Cartuxos, por exemplo, fazem voto de silêncio; os padres e irmãos da Congregação dos Paulinos, de obediência ao Papa; os irmãos do Instituto Nova Jerusalém, estudo diário das Sagradas Escrituras, e nós, da Congregação da Missão, fazemos votos de Estabilidade, no sentido de nos dedicarmos durante toda nossa vida à salvação dos pobres.

Túlio: Eu acredito que a maneira vicentina que temos para seguir os Conselhos Evangélicos na Vida Consagrada é fazendo uma boa compreensão da nossa identidade missionária vicentina, que está alicerçada em três importantes eixos: a centralidade em Jesus Cristo, a destinação aos pobres e a formação dos clérigos e leigos, sempre atentos aos sinais dos tempos. 

Allan: Os conselhos evangélicos de Pobreza, Castidade e Obediência são profundamente vicentinos e o são justamente por que São Vicente afirmava com veemência que “Jesus Cristo é a regra da missão”. O voto de Estabilidade, próprio da nossa Congregação, também é evangélico na medida em que é o voto de serviço aos pobres. Este serviço é a marca fundamental da missão de Jesus, quando no início da sua atividade missionária, citandos Isaías, conclama: “ele me consagrou para evangelizar os pobres” (cf. Lc 4, 18). Portanto, pensar os votos de maneira vicentina é voltar-se atentamente para o que eles são: uma pedagogia do seguimento a Jesus Cristo, evangelizador dos pobres.

4. Qual é o seu propósito como Irmão Vicentino? O que pretende realizar, de que formas pretende contribuir como Irmão, na PBCM?

Michel: Os Votos, nós os emitimos para nos transfigurarmos a Cristo Missionário, Evangelizador dos Pobres. Este é o ideal mais nobre. Penso que, desta maneira, ao emitir os mesmos, somos chamados a assimilar esse grande ideal na vida prática, i.e., a melhor maneira de contribuir como consagrado a Deus, através da Igreja, na Congregação da Missão, neste lugar específico que é nossa província, também levando em conta a internacionalidade da Missão, numa entrega abnegada e fiel.

Cléber: Meu propósito é dedicar-me ao fim da Congregação, durante todo o tempo da minha vida, executando os trabalhos que me forem prescritos pelos Superiores, segundo nossas Constituições e Estatutos. Acredito que assim, com a graça de Deus, contribuirei de forma efetiva e afetiva com a PBCM e juntos, como irmãos, desenvolveremos nossa missão de maneira singular, ali onde o Senhor nos chama, junto aos pobres. 

Túlio: O meu propósito é continuar colaborando com a Missão Vicentina, a partir das minhas aptidões. Sei que não posso abraçar o mundo, mas o que desejo é fazer bem aquilo que me confiem na missão. 

Allan: O meu propósito como irmão vicentino é poder contribuir de modo eficaz para a evangelização dos pobres na Congregação da Missão, especialmente em nossa Província. A partir da conversa com os superiores locais e com o Provincial, traçaremos propostas mais objetivas para a realidade em que estarei inserido. A missão deve considerar a realidade da obra. O que não falta é trabalho a ser realizado. Mas, chegarei como alguém disposto a somar na Missão e disposto a formar comunidade com os coirmãos que já prestam um valioso trabalho nas obras em que estão inseridos.

5. Até aqui, em síntese, o que ficou das lições apreendidas com os formadores, padres, irmãos e colegas seminaristas da Congregação da Missão? Há algo que gostaria de pedir, esclarecer ou declarar publicamente?

Michel: Evidentemente, foram muitas coisas aprendidas com os tão estimados coirmãos e colegas. Desde que entrei no seminário sempre me senti muito bem quisto por todos e, neste sentido, destaco o valor da vida comunitária; entretanto, também, o compromisso com o Evangelho, com a promoção integral dos pobres e a busca pela vivência das máximas evangélicas. Agradeço a Deus por ter me trazido até aqui e peço que ele abençoe nossa Província com santas e numerosas vocações. Aproveito para agradecer a PBCM, por ter acreditado em minha vocação e por ter me concedido uma formação sólida.

Cléber: Os encontros que o Senhor me permitiu viver sempre deixaram aprendizado. Mesmo quando somos enviados a semear, mais colhemos que plantamos, deste modo, reitero meu agradecimento a Deus, meus familiares, coirmãos e povo de Deus, que foram e são diferenciais em minha vida. Que Jesus, Maria e São Vicente de Paulo os retribuam por todo o bem que me fazem e que eu possa corresponder às expectativas de Deus em tão especial vocação. Muito obrigado a todos, por tudo!

Túlio: A formação inicial é uma etapa extremamente importante. Ela nos fornece bastantes elementos para o nosso crescimento nas dimensões humana, espiritual, intelectual, apostólica e comunitária. Isso é muito valioso, porque mesmo para quem não chega a emitir os votos, sai do seminário com uma boa formação para a vida, no geral. A orientação espiritual, as conversas e partilhas com formadores e irmãos de caminhada também nos fortalece bastante. Por isso, nesse momento, só tenho que agradecer a Deus, à Congregação da Missão e a todas as pessoas que sempre rezam por mim. Continuo pedindo as orações de todos para que eu possa corresponder, com muita alegria e fidelidade, à minha consagração.  

Allan: A equipe de formadores foi fundamental para que eu chegasse até aqui. Lembro meus formadores: Pe. Eli Chaves, Pe. Denilson Matias, Pe. Francisco Ermelindo, Pe. Luiz Roberto e Pe. Wander Ferreira, que durante as etapas formativas foram, principalmente com o testemunho missionário, uma base sólida para a minha perseverança e o desejo de me consagrar por toda a vida na Congregação da Missão. Quando os formadores caminham juntos com os formandos, criando vínculos de proximidade, amizade e ajuda mútua, a formação se torna mais efetiva e frutuosa. Agradeço a todos os coirmãos pela amizade e orações. Aos amigos seminaristas que conviveram comigo e estão no processo de formação inicial, desejo muita perseverança e felicidade nesse caminho. Aos vocacionados que desejam iniciar esse caminho conosco digo: Vale a pena ser missionário vicentino e entregar a vida ao serviço dos mais pobres!

Acompanhemos a cerimônia de emissão dos santos votos de Allan, Cléber, Túlio e Michel. Rezemos por suas vocações: 

 

Compartilhe esta notícia:
Nome:
E-mail:
E-mail do amigo:
Últimas Notícias