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Todos os santos à luz de São Vicente 01 de Novembro de 2023 Religiosidade Reflexões sobre a santidade vicentina
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O Dia de Todos os Santos é uma celebração fundamental no Cristianismo. Esta festa presta homenagem a todos os santos, inclusive aos que não foram canonizados. No calendário litúrgico, a solenidade de Todos os Santos é celebrada no dia 1º de novembro, seguida da comemoração dos fiéis defuntos no dia 2 de novembro. É um dia santo de preceito, por isso os fiéis são obrigados a assistir à missa.

As origens desta festividade referem-se ao povo celta e à sua cultura. As primeiras comemorações dos santos começaram no século IV em Antioquia. A festa, que originalmente era celebrada em maio, foi transferida para 1º de novembro pelo Papa Gregório III. Esta decisão foi influenciada pela consagração da capela de São Pedro dedicada às relíquias dos Santos Apóstolos e de todos os Santos, Mártires e Confessores. A data de 1º de novembro foi escolhida para coincidir a festa de Todos os Santos com a antiga festa celta, ligada à festa romana após a conquista da Gália.

O significado da festa de Todos os Santos tem raízes na cultura celta, que dividia o ano em dois períodos: um de nascimento e florescimento da natureza e outro de hibernação. Esses períodos foram marcados pelos festivais de Beltane e Samhain. Com a difusão do cristianismo, a festa adquiriu um significado espiritual e religioso, comemorando tanto a quietude da natureza como o mundo além-túmulo.

Santos Vicentinos: Exemplos luminosos de santidade e martírio

Na celebração de Todos os Santos, momento em que nos unimos em oração ao Céu, é impossível não pensar nos tantos santos e beatos que enriqueceram a Família Vicentina com a sua dedicação e amor ao próximo. A santidade, como nos lembra a festa de Todos os Santos, não é um privilégio de poucos, mas uma vocação universal. Entre eles, um grupo especial de 60 mártires vicentinos se destaca pela coragem e sacrifício durante a perseguição religiosa na Espanha entre 1936 e 1939. Estes mártires, entre os quais estão sacerdotes, leigos e Filhas da Caridade, deram a vida pela fé , testemunhando com o seu sangue o amor de Cristo e a força do Evangelho. O seu testemunho recorda-nos que a santidade também pode significar dar a vida por aquilo em que se acredita. Como disse São Vicente de Paulo, “não há maior ato de amor do que o martírio”.

O carisma vicentino e o chamado à santidade em tempos de conflito

Num mundo marcado por conflitos, tensões e guerras, a reflexão sobre a santidade e a paz é mais relevante do que nunca. As guerras atuais mostram-nos a fragilidade da nossa humanidade e a profunda necessidade que temos de ser artífices da paz e da justiça. Neste contexto, o carisma vicentino surge como uma luz brilhante, que chama cada pessoa a uma profunda conversão do coração e a uma dedicação sem reservas ao serviço dos outros.

O Papa Francisco lembrou-nos que a verdadeira paz não é simplesmente a ausência de guerra, mas a presença de justiça, misericórdia e amor. A Família Vicentina, com a sua longa história de serviço aos pobres e marginalizados, é um exemplo vivo de como a santidade pode ser alcançada através de ações concretas de amor e solidariedade.

Hoje, como missionários, somos chamados não só a anunciar o Evangelho com palavras, mas sobretudo com as nossas ações. A santidade, neste contexto, não é um ideal distante, mas um apelo urgente a viver o amor de Cristo no meio dos desafios e conflitos do nosso tempo. Como diz o Papa Francisco, “ser arquitetos de paz, ser santos, não é a nossa capacidade, é o seu dom, é a graça”. Num mundo ferido por divisões e conflitos, o nosso apelo à santidade é também um apelo a sermos sinais de esperança, pontes de reconciliação e instrumentos de paz.

* Livre tradução para o português a partir de texto em espanhol originalmente publicado no site da Cúria Geral da Congregação da Missão cmglobal.org.br.
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